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do caos à liberdade: o poder do graffiti

Atualizado: 29 de nov. de 2021







“[...] o graffiti configura-se enquanto modo artístico e cultural de reinvenção das paisagens urbanas, levando até elas as vozes e formas que a cultura dominante não contemplou ou buscou ocultar.”
LOUZADA, 2016

A gente nasce e parece que os prédios, casas, espaços, muros surgiram da forma em que estão hoje. Crescemos, e poucas vezes nos perguntamos o por quê de o mundo estar da forma com que se configura hoje.


As formas de exclusão de sujeitos no espaço, foram inventadas por quem?


A lógica hegemônica patriarcal e capitalista, ou seja, o sentir-se superior a outra cultura que se difere e as tentativas tanto de dizimar culturas quanto de tomá-las para si, têm reproduzido na paisagem e nas relações a perpetuação da legitimação do controle dos corpos que se opõem.


Através do movimento da periferia de questionar e apropriar os espaços dos quais foram marginalizados, o graffiti se torna uma ferramenta escancarar realidades/culturas que foram ocultadas e oprimidas por essa lógica que rege as cidades em extensão mundial.


Em uma sexta, nublada e meio sem graça fomos entrevistar o Klaus (vídeo). Enquanto graffitava no SCS, gravamos pela última vez aquela tag. O "erro" era o graffiti de um homem trans sendo documentado por duas mulheres. Duas viaturas surgiram desesperadas ao nosso encontro, para socorrer a lógica da proteção do que é particular e privado.


Depois só nos restaram as reflexões, o sentimento de impotência e o portão para pintar.


Voltaram infelizes por não terem conseguido arrancar a vontade de resistir, afinal, o graffiti em seu âmago é o transgredir com o que nos violentam.


As mulheres, pretos e pretas e toda comunidade LGBTQI+ que são artistas do graffiti continuam presentes entre os espaços ignorados pela cidade. A conquista da visibilidade no espaço e paisagem urbana.


Afinal, a cidade pertence a quem?




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